Roupas no corpo não são apenas simples pedaços de tecidos costurados de várias maneiras. Elas têm o poder de mostrar como é a sua personalidade, qual o seu jeito ou mesmo de qual tribo você veio.
A questão é que muita gente não consegue traduzir o que realmente é através da moda. "Cada um conhece o seu próprio estilo, alguns mais, outros menos. O problema é que ao longo da vida nós passamos por várias influências. Quando pequenas, nossos pais querem colocar aqueles vestidinhos cheios de prega e, aos poucos, vamos recusando o que não gostamos. Na escola existem os uniformes padronizados, as amigas também dão palpites ao longo da adolescência, sem contar os namorados que censuram certas peças", aponta a consultora de moda Helena Montanarini, da Escola São Paulo.
Para ela, muita gente se "boicota" e acaba perdendo o próprio estilo de se vestir , mais do que isso, não consegue ousar dentro do próprio visual e sempre se acha sem graça, sem nada para mostrar ao mundo. "Muitas mulheres também buscam roupas diferentes para se destacar entre as outras no ambiente corporativo", acrescenta, algo que reflete o mercado competitivo em que vivemos. Para ajudá-las na construção da própria imagem e o que elas querem dizer para quem as observa, Helena traz mulheres, de várias profissões, para a sala de aula. Durante o curso "Como Encontrar o Seu Estilo", a professora da Escola São Paulo faz uma análise do corpo e características de cada uma, e ajuda muita gente na busca do próprio estilo.
"Antes de tudo, ela pede para a gente usar recortes de revistas com roupas que mais tem a ver com a gente, para determinar um tipo de estilo", explica a aluna Bianca Lawant Cerri, de 30 anos. A consultora usa dez tipos básicos, sendo que geralmente cada pessoa chega a ter uma mescla de dois deles. A vendedora - que tem pele morena, corpo em formato pêra e alta - mistura romantismo e sofisticação. "De vez em quando uso uma florzinha na jaqueta, ou saias mais retas com meia-calça, algo mais clássico. Para o meu tipo, ela indica chamar atenção para a parte de cima, valorizando-a com decotes e colares", conta.
Bianca participou do curso com outras vendedoras para sair do preto tradicional e se destacar entre as outras profissionais do shopping. Para isso, elas montaram estilos com vários tons em cinza. "Eu mesma achava que o cinza não combinava comigo e percebi que ele fica muito bem. Como sou alta e uso bastante salto alto, aprendi também a usar sapatilhas e vestidos com meia-calça" - a vendedora era adepta somente da calça comprida. Para a próxima estação, Bianca pretende usar no trabalho meia-calça, com vestidos de decotes arredondados e cintura marcada. Ela também já tem em mente o que pretende comprar - as aulas também incluem um passeio no shopping onde elas visitam as lojas com o seu estilo, além de uma "prova final".
"Na verdade essa prova é um jantarzinho de confraternização em que a gente exibe os looks", diz. Ao estilo dos programas que prometem transformar o visual, elas ainda mostram mudanças não só no look, mas na beleza. "A Helena dá dicas de maquiagem e dos melhores cortes de cabelo. Eu mesma cortei um pouco, os mais curtinhos são elegantes". O resultado final, conforme Bianca, se refletiu na sua autoestima, e até nas vendas. "Mais confiante e segura conseguimos render melhor no trabalho", finaliza.
Por Juliana Lopes
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