Opiniões a parte, não vou usar esta coluna para debater o mérito artístico da moda. Independente de moda ser arte, ou não, é fato que a arte sempre a inspirou.
Seja subjetivamente, seja diretamente. Algumas das coleções mais famosas são resultado da inspiração de estilistas no trabalho de artistas renomados, quando não foram parcerias com os próprios.
Elsa Schiaparelli, por exemplo, sempre teve um estilo excêntrico e sua amizade com grandes artistas da época era refletida nas suas criações. Além de se inspirar nas criações de seus amigos, fazia parcerias com eles. O pintor com quem mais se identificou foi Salvador Dalí e, entre tantos, os frutos mais famosos dessa parceria foram o chapéu-sapato e a bolsa em forma de telefone.
Yves Saint Laurent fez inúmeras coleções inspiradas no trabalho de artistas como Georges Braque, Andy Wahrol, Pablo Picasso, Matisse e Velázquez, entre muitos, muitos outros. Mas a mais bem-sucedida e relembrada, provavelmente, foi a série de tubinhos inspirados no trabalho de Mondrian.
Em 2007, Galliano criou uma coleção inteira baseada em seus pintores favoritos. Entre eles, Mark Rothko, Monet e Degas.
Mais recentemente, em 2009, o estilista Albert Kriemler também inspirou sua coleção para a grife Akris nas criações de Claude Monet. A lista é imensa e interminável.
Alguns desses exemplos são encontrados no livro "Arte & Moda", de Florence Muller. Foi lançado aqui no Brasil em 2000, pela Cosac Naify e é um dos meus favoritos há anos. Fala sobre a parceria da moda e arte e como "o estilistas intensificaram seu trabalho com artistas para criar tecidos, decorações, instalações, exposições e páginas publicitárias em revistas".
Érica Minchin trabalha com pesquisa, criação e desenvolvimento de produtos em moda e ministra cursos e palestras sobre imagem e tendências. Ela ensina que aparência é a ferramenta de comunicação não-verbal mais poderosa e estimula explorar as melhores maneiras de fazer uso dela. Contato: contato@ericaminchin.com
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