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HPV pode atingir oito em dez mulheres, alertam especialistas

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Imagine uma realidade em que oito a cada dez mulheres possuiria uma doença sexualmente transmissível (DST). Essa imagem pode parecer longe da realidade, mas está muito mais próxima do que se imagina. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a porcentagem de mulheres atingidas pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) durante toda a vida varia de 50% a 80%. De acordo com a ginecologista Alexandra Ongaratto, as razões desses números alarmantes passam pela facilidade do contágio somada à pouca prevenção.
O grande risco do HPV é sua ligação com alguns tipos câncer, especialmente os genitais, o de colo do útero, e o câncer anal. Com mais de 110 subtipos, os papilomas podem se manifestar na forma de verrugas externas e internas difíceis de serem detectadas. A médica explica que esta detecção pode acontecer em exames preventivos, o que pode demorar, de caso para caso, e acabar por permitir ao vírus com que se fortaleça na parte interna do corpo. “O vírus precisa de células para se multiplicar e tem preferência pelas células da parte genital inferior da mulher, incluindo o colo do útero”, alerta a especialista.
A boa notícia é a recente descoberta de vacinas contra a doença. Ainda que só tenham efeito contra quatro dos mais de 100 subtipos de HPV, elas agem contra os mais agressivos, ou seja, os mais ligados ao surgimento de cânceres e verrugas. Induzindo a produção de anticorpos contra a doença, a vacina funciona na maioria dos casos, mas deixa a paciente suscetível a outros subtipos.
Em relação aos tratamentos, a médica destaca a necessidade de uma abordagem individualizada de cada caso. “Depende do tipo de verruga que surge em cada mulher, bem como de seu sistema imunológico”, destaca a ginecologista. “Em boas condições de saúde, no entanto, a tendência é que o próprio sistema imunológico feminino elimine o vírus, sem necessidade de nenhum tipo de tratamento”, acrescenta.
Maior incidência em homens
Apesar de se manifestar mais violentamente em mulheres, o HPV não é exclusivo delas. Na realidade, de acordo com a ginecologista, embora não haja números exatos da incidência, sabe-se que a doença é mais comum entre os homens. A médica destaca que o número é, provavelmente, maior do que o conhecido, devido à resistência masculina em realizar os exames de detecção.
Como a doença possui transmissão basicamente sexual, a especialista recomenda que o casal faça exames e, em caso positivo, tratamentos em conjunto. “Além disso, não podemos esquecer a necessidade de se fazer sexo com preservativo em todas as etapas, especialmente durante o tratamento”, conclui a médica.

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